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sexta-feira, 26 de junho de 2009

A VIDA PASTORIL

Mesmo que fique só na idéia, por questões financeiras, a vida no campo é a mais aconselhada por Sílvio para o resultado final do processo humano: o Estado Natural.
O ser que ama o seu próximo (irmão ou amigo) deve viver ao ar livre em integração com a natureza. Dai surge a bondade da vida no campo.
A vida bucólica, campestre, pastoril foi uma idéia muito difundida pelo Arcadismo e Sílvio retoma, pois, suas idéias buscam o estado natural do ser humano, livre da maldade e das vaidades da vida.
As musas de Sílvio ou as pastoras, como são chamadas, vivem uma experiência muito rica em conhecimento e cultura.
A principal pastora do Universo Originalista é Carla de Andrade Rivera, o modelo quase perfeito no início, mas, que evoluiu, segundo a tese de Sílvio, para o estado natural do ser humano.
O autor não escreve poesias pastoris, apesar de valorizar o campo. Tudo o que o poeta faz é incentivar, é dar sugestões. Nesse aspecto ele não nos mostra a vida como ela é, mas, como poderia ou deveria ser.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O AMOR (e as relações fraternas)

As relções movidas pelo sentimento de fraternidade ou de amor, que quando entre irmãos co-sanguíneos ou não, chamamos de "amor fraterno".
Então temos a figura do amigo/irmão ou amante/irmão. Estes vivem em harmonia e equilíbrio com a natureza e estabelecem o respeito e o desinteresse. Por isso foge-se do conceito de cenas eróticas e de paixões ou fortes desejos sexuais.
Amigos/irmãos são pessoas que se amam e se respeitam, mas isso não impede, se não for cossanguíneo, que se desejem sexualmente. Longe de ser promiscuidade ou bigamia. Essa é uma das características do que Sílvio chama de Universo Originalista.
Nas relações entre irmãos acabam-se as formalidades da vida social, tidas por conveniência. E de modo algum ocorre a invasão de privacidade, apesar de existir intimidade entre os irmãos.
A vida como irmãos é o fim de vários conflitos entre os relacionamentos, tanto amigáveis como sexuais. A intenção é acabar com a inveja, vaidade, vingança e promiscuidade.
O amor (fraternidade) é o vínculo emocional que une os amigos/irmãos em um só modelo de vida.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A Paixão e a Realização do Desejo (Sexual)

A paixão segundo o Universo Originalista é um sentimento carnal de apego e desejo sexual.
Diferente do conceito de que a paixão dura três anos em média, Sílvio define que esse tipo de sentimento é uma fase que pode durar até mais de 1o anos.
O princípio da paixão é a atração física movida pelo desejo do sexo por causa da beleza ou do vigor juvenil, quando entre jovens. Pode também ser iniciada pelas afinidades um com o outro e nunca pela necessidade de complementação, de encontro espiritual. A paixão é tudo que envolve a carnalidade, o prazer dos sentidos.
Os relacionamentos passionais acontecem por apego e desejo o que pode resultar em sucessivas relações sexuais logo após a atração física acontecer e evoluir para um casamento.
O que mantém a paixão viva (ou acesa...) é a beleza, o viço, o frescor do corpo, a busca de prazer da carne. Ao passo que se perdem esses requisitos o encanto se desfaz.
Então estabelece-se a diferença entre paixão e amor. Este último é determinado pelo espírito, portanto, eterno e já outra é movida pela carne, pelos desejos do corpo e portanto, passageira.

sábado, 13 de junho de 2009

O Amor e a Natureza Intrínseca de Deus

Uma das características mais marcantes do Universo Originalista é o amor verdadeiro, que não pode ser visto como platônico, mesmo que tenha um pouco de amor-idéia, mas o verdadeiro amor não é uma idéia, é real, intrínseco, único.
Pensando desta forma Silvio Locato exclui as frases populares do amor visto como o sexo ou as relações sexuais, "fazer amor", "amar na cama", estar amando quando se relaciona sexualmente com alguém.
Assim, o que define o amor não é apaixão, nem o desejo, tampouco a atração entre os seres, mas, a essência do que esse sentimento espiritual causa em nós, a origem de quem é o próprio amor; Deus Todo-Poderoso.
Com essa temática o autor inicia uma busca. A sua obra se reflete na procura pelo amor verdadeiro. E a partir dai surge o mais interessante; o amor é incondicional, tanto pode se amarum homem como uma mulher, mesmo sendo o autor homem (e heterossexual).
No caso particular do Originalismo, Sílvio procura a sua alma gêmea (uma mulher que o ame e seja amada por ele).
A amizade é o nome que se dá às relações amorosas entre os seres. A fraternidade também trata de relações amorosas e onde há amor há uma idéia de infinito, pois, o amor (Deus) é eterno.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Erotismo e a Literatura Obscena

Inicialmente as obras de Sílvio Locato eram marcadas pelo intenso erotismo com descrições de cenas da vida íntima e sexual das pessoas.
O Originalismo separa as poesias de amor das poesias eróticas. Todo esse conjunto de obras que usam de linguagem erótica é chamado de literatura obscena ou pornografia (porno = obsceno, grafia = texto ou literatura).

Características da Literatura Obscena

  • Erotismo;
  • Descrição das cenas do ato sexual: realismo;
  • A vida íntima das pessoas (ou personagens);
  • A prostituição, tanto comercial como por promiscuidade ou depravação;
  • A hipocrisia dos papéis;
  • As taras e os instintos (humanos ou animal em humanos);
  • Arte sexual e não amorosa;
  • A paixão, o desejo, o sexo;
  • A orgia, depravação, perversão (sexual).

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O Originalismo Pensadorista

O Pensadorismo é a forma radical do pensamento originalista. Trata das reflexões filosóficas fazendo a arrumaçõ artística do pensamento.
O pensamento é a análise do comportamento humano, resultado das reflexões filosóficas sobre o homem, a vida e o mundo.
O poema que mais atende as necessidades dessa vertente é o soneto por causa da forma fixa sintética e rigor formal. Mas, normalmente surge em versos livres ou em oitavas imitando as oitavas heróicas com versos livres, porém rimados.
Geralmente, o poema com oitavas é composto de três estrofes, sendo a primeira a introdução ou apresentação do tema, a segunda o desenvolvimento e a terceira, a conclusão. É uma alusão ao soneto, porém, o poeta comenta todas as variações sem se preocupar com a métrica.
O pensamento pode ser abordado não só como pensa o poeta, mas, o que os outros pensam, para apresentar os equívocos.
Nesse caso o autor elabora o conceito ou as várias opiniões formadas sobre aquele tema, mas que no fim ele emite aquilo que ele acredita ser o verdadeiro significado ou o conceito que é mais particular, mesmo que busque o universal.
No Canto XVI de Cantos Originais I, F. J. Hora trata da separação separação de corpos, de sentimentos entre um homem e uma mulher.


CANTO XVI
E a separação de corpos...


Quem disse que é amor
Uma namorada ou o relacionamento
Ou que é amoroso
O sexo, o desejo no envolvimento
A paixão ou um namoro
Como se fosse um só sentimento?

Separação amorosa, sexual
Ou quem sabe até passional,
Três casos que causam confusão
Representam o fim da união
Puramente física e carnal.

Sobre separar, antes não juntasse,
Pois, para mim não pode mudar
Essa mera e simples condição,
Que não se envolvam só por paixão
Mero desejo, sonho ou atração
Mas, uma vontade de completar.

O poema de três estrofes trata da separação, mas o título não apela para falar propriamente sobre o assunto, mas, comentar o assunto. Veja que o título é "e a separação...".
Na primeira estrofe temos o equívoco que leva à separação propriamente dita. O poeta fala da confusão de sentimentos, de achar que a paixão e o desejo é amor e chamar de amor a namorada ou o namorado.
Mas, afinal, qual é o equívoco que causa a separação? É justamente resumir os sentimentos de natureza carnal em um sentimento espiritual maior que é o amor.
Na segunda estrofe, o poeta diz, afinal, o que é a separação e quais os tipos de qual ele está falando. Segundo ele "é o fim da união/puramente física e carnal".
Já na terceira ele mostra a condição que a separação impõe e sugere um motivo para para a união, na tentativa de prevenir a sepraração.
Então, esse é um típico poema pensadorista, onde o pensamento está arrumado artisticamente. No final ele fala de uma vontade de completar e uma vez completo o ser, deverá permanecer assim, a fim de que não se descomplete mais. Essa interpretação abre um leque de outras formas de completar, mas o correto, originalmente, é o casamento.

Características do Pensadorismo

  • Conceitualismo;
  • Arrumação artística do pensamento;
  • Reflexões filosóficas;
  • O homem, a vida, o mundo;
  • A busca do eu;
  • Romance psicológico;
  • Romance introspectivo;
  • A condição da mulher e a hipocrisia dos papéis;
  • O passado e a riqueza cultural.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Poesia Originalista

Os temas da poesia originalista são:

  • O conceito dos sentimentos, pensamentos e cultura do povo brasileiro;
  • O cotidiano;
  • Realismo; a Negritovida como ela é; documentação da realidade;
  • Renascimento; o amor verdadeiro - a natureza intrínseca de Deus; universalismo; o modelo de vida eNegrito arte é a natureza;
  • Arcadismo; vida bucólica, campestre, pastoril; pseudônimos;
  • Barroco; conceptNegritoismo; conflito corpo X espírito;
  • Romantismo; valorização do eu; versos livres; imaginação;
  • Simbolismo; atmosfera de sonho;
  • Arrumação artística do pensamento - Pensadorismo; reflexões filosóficas;
  • Crítica à juventude que com idéias de mudanças (moda, novidades) esquecem o que de bom tem o passado;
  • A paixão sexual, o sexo, a sexualidade, a vida íntima das mulheres e das pessoas;
  • Os pensamentos, opiniões e sentimentos mais profundos e o subconsciente do ser humano - análise psicológica;
  • Valorização da virgindade, casamento e família.

A Prosa Originalista

Na prosa Originalista são vistas inovações. Sílvio traz a possibilidade de mais de um narrador. É claro, tem o principal e os comentaristas. (Veja: Menina Mulher de Sílvio Locato).

Mas, além disso, as obras procuram provar teses das chamadas leis da natureza e depois as da lei de Deus, ou seja, Sílvio mostra a vida como ela é e como deveria ser.



Leis da Natureza:


  • Vence o mais forte;

  • A fêmea procura o macho mais forte;

  • Os mais fracos acabam sendo extintos pelos mais fortes;
  • O macho espalha seu sêmem para mostrar o máximo de descendentes;
  • A fêmea depende do macho para sua segurança;
  • A fêmea é receptiva; é mãe;
  • O macho é ativo.

Estas são algumas das teses baseadas nas leis da natureza. O ser humano, apesar de superior aos animais, é tratado como fêmea e macho, pois, na maioria das vezes, não usam a razão, mas, a emoção ou o instinto (animal).

terça-feira, 9 de junho de 2009

O Estudo da Figura Feminina - A MULHER E SEUS MISTÉRIOS

Os romances e novelas contam e descrevem sobre mulheres. Seus desejos, sua vida sexual e seus comportamentos.
As relações femininas e a lei da natureza: a do macho mais forte. O marido protetor, hoje o homem, macho, do sexo masculino, potente ou ativo sexual, e a mulher, mãe e do lar, hoje independente, cheia de si e experiências sexuais.
Nesse estudo são vistos o papel da mulher na sociedade e a condição na qual se enquadra. E os tipos femininos desde a donzela à prostituta.
Sílvio Locato trata de cada mulher, ao traçar os perfis, de acordo com a visão que elas mesmas tem de si próprio, evitando assim o julgamento.
Apesar da discriminação e das situações humilhantes cada mulher sabe do valor que tem e gosta de quem lhe valoriza. No caso de Sílvio ele busca descobri e mostrar o que está no subconsciente da mulher, os instintos, principalmente os sexuais.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

As Relações Humanas e o Cotidiano - CRÔNICAS DE COSTUMES

Tanto na poesia como na prosa, o Originalismo destaca as relações humanas e o cotidiano no sentido de apresentar o comportamento humano. É a crônica de costumes.
Geralmente Sílvio escreve novelas ao invés de romances. Nas novelas ele aborda o conflito em separado, enquanto que nos romances ele define todos os pormenores relacionados com o tema em análise.
O que tem de mais profundo na literatura originalista é a intimidade das pessoas (ou personagens). As obras intituladas vida íntima são as mais comuns. Geralmente narraadas pelos seus protagonistas e comentadas pelo próprio Sílvio ou outro personagem, as obras abordam as relações humanas no sentido particular e ao mesmo tempo universal.
O cotidiano sempre cheio de aventuras ou a rotina, principalmente a da mulher. O mundo visto pela ótica feminina, o que não quer dizer que seja mais emocional do que racional. A mulher é por natureza machista, mesmo passando pela mais bela função de sua existência: ser mãe.
Crônica de costume já publicada: Menina Mulher, de Sílvio Locato.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O SEXO E O ORIGINALISMO

O sexo é um tema exclusivo para o prazer dos sentidos e não a satisfação interior, não propriamente.
Como apreciador nato da companhia das mulheres, Sílvio gosta da conversa franca e aberta e do sexo sem compromisso, não como no casamento. Mas, o sexo é só um bônus, o mais importante é a satisfação de amar (ou de contemplar a beleza).
Então trata-se de uma cortesia, de um favor da mulher se entregar para ser penetrada (para o ato sexual), pois, é natural que a mulher se entregue ao homem por causa do desejo que sente pelo corpo e pela beleza física.
Assim define-se um conceito em relação ao sexo. Todos os amigos/irmãos se amam mutuamente mas, não fazem sexo uns com os outros (homem com mulher), pois, nem sempre há desejo. Mas, Sílvio exerce uma relação de desejo com suas musas e portanto propensas ao sexo.
Apesar de preferi mulheres virgens, Sílvio dá espaço para a idéia de promiscuidade, mas, as musas demonstram só ter interesse por Sílvio, além do amor que sentem por ele.
Então, além de amantes (amigas/irmãs), as musas são parceiras sexuais.

Veja o Canto XI de Cantos Modernos I, de F. J. Hora

CANTO XI
Vamos falar de sexo...

Vi alguém dizer e digo mais
Que sexo não se fala
Sexo a gente faz,
Mas, quem não sabe o que diz
Dificilmente é feliz
Vive sem ter paz.

O sexo é simples, é normal
É apenas o que caracteriza
O ser como macho ou fêmea
É uma questão estrutural
Mas, no mundo moderno
É sinônimo de cópula carnal.

O nome dos órgãos genitais
Soam como pornografia
Num estilo que ninguém sabia
Que agiam como animais
Vorazes e cheios de si,
Humanos que eu nunca vi

O pensamento é quem retrai
A mulher que ao homem atrai
Mas, se ao contato não resiste
O sexo por si só insiste
Na carnalidade do momento,
Não envolve sentimento
Só um pouco de calor humano
Que sem amor, sem pensamento
Nos leva ao desengano.

Não é mais que a penetração
De um ser dentro do outro
Ou quem sabe a manipulação
Dos órgãos genitais, talvez,
Ou até pode ser a ostentação
Do corpo em sua nudez,
Mas, o sexo é um sucesso
Quando se fala em reprodução.