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quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Heteronímia Original e o Universo Originalista

O escritor e poeta Sílvio Locato criou uma série de heterônimas ou musas a qual se inspira para seus romances criando o chamado Universo Originalista.
Se por um lado quer se mostrar a vida como é, muitas vezes o autor tenta mostrar como poderia ou deveria ser. Nesse caso, o Universo Originalista tem uma existência verossímil com heterônimas que narram e assumem a autoria de poesias, textos, cartas e depoimentos.
O processo de criação de heterônimos ou heterônimas (musas) passam por várias fases.
Na primeira fase o autor cria o perfil básico, a exemplo Carla de Andrade Rivera, 17/10/1972 às 15hs, sol em Libra, Lua em Aquário e Ascendente em Peixes. Isso é só o primeiro passa para a composição do mapa astral, é através dele que serão definidos os rumos que serão tomados pela musa.
A segunda fase é a preparação onde a musa faz um depoimento para confessar sua vida íntima, segredos e demais informações importantes que Sílvio precisará para conhecê-la.
Mas, até ai ela é só uma idéia, segundo o autor, o que torna de fato real a sua existência, mesmo verossímil, mas, heteronimicamente, é a união carnal com Sílvio. Porém, não ser virgem não é uma condição para ser real existente.
Então temos a criação, preparação e depois a união carnal. A musa sai da existência ideal para a existência real, é quando ela adquire vida própria. A união carnal é um acontecimento que rompe os limites do ideal com o carnal, só por isso é vista como concretizadora, mas pode a musa existir virgem e intocada.
Com vida própria cada um segue o seu destino que muitas vezes segue o processo de originalização que leva ao Estado Natural.
Assim como a heteronímia, a originalização segue orientações que passam por três fase. Não são condições de vida ou de existência para o convívio humano é apenas uma tendência das idéias em estudo.
A primeira fase é o estudo da proposta originalista, onde prega-se o amor fraterno ou o Amor Verdadeiro, único, a natureza intrínseca de Deus, ideal, que muitas vezes não é alcançada em sua totalidade por causa do materialismo.
Nesse caso as musas adotam um comportamento novo, agora são amigos e irmãos, ambos os sentimentos são amor para a amizade e a fraternidade. Um ama ao outro incondicionalmente.
Após as musas se integrarem umas as outras e aos outros movidas por sentimentos de amor (não confundir com sexo ou desejo sexual) as amigas/irmãs poderão adotar a vida pastoril, ou seja, a vida no campo em meio à natureza. Essa é a segunda fase.
Esse comportamento de amor fraterno e a vida pastoril quebram os tabus e as inibições se acabam, aumenta-se o respeito e a saúde do convívio humano.
Diz-se do Estado Natural a condição do homem totalmente integrada à natureza, não como animal, mas, o bom selvagem. E é dessa idéia visão que surge a nudez espontânea (tão natural para os índios).
A nudez não é uma condição, mas, uma consequência. E ela não aparece simplesmente em achar que é para viver nu ou nua e pronto. Como o nome já diz ela é espontânea; o amor fraterno e a vida pastoril tornam comum tomar banho nua nos rios ou ao redor de casa, trocar de roupa na presença de outrem, fazer as necessidades em locais afastados, mas, próprios, em fim, acabar com as inibições e a vergonha propriamente dita.
Tudo isso acontece para Sílvio provar que amar não é namorar, que o sexo renasce do desejo sexual e não do amor. A amizade é a manifestação do sentimento amoroso sem sexo ou do amor verdadeiro, portanto, amante é sinônimo de amigo, porque se ama.
Mas, o próprio Sílvio pousa de garanhão, pegando todas e contando suas façanhas sexuais (e amorosas). E é através desse perfil que ele critica a sociedade, pois, segundo ele, mesmo com tantas experiências sexuais não amou nenhuma delas no início, só depois que passou a vê-las como seres espirituais e não sexuais e materiais.
Então está ai um dos conceitos: SEXO= Corpo e AMOR= Espírito. Seguindo essa lógica, portanto Sílvio acha correto usar o termo comer para se referir a copular, fornicar ou ter relação sexual.
O amor platônico (puro e ideal e não amor não correspondido), como costuma-se dizer, é um ítem importante para se entender como os relacionamentos ocorrem. Sílvio propõe a clara diferenciação entre o que é amor e o que é sexo (paixão, desjo, libido).
Mas, apesar da proposta tentar chegar ao Estado Natural onde não há os pudores e as intervenções do mundo moderno, os envolvimentos sexuais acontecem. Por isso a nudez não é um pretexto para o sexo.
Geralmente o processo de pastoralização e fraternização ocorre após o envolvimento sexual entre os parceiros e amantes. Então não há segundas intenções. Quando Sílvio não tem o privilégio de deflorar uma musa e ele vive um "amor platônico" ou amar naturalmente, sem sexo.

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